Dawn of a New Perspective: A Morning, a Mess, and a Fresh Start

I remember that day I woke up earlier than usual, so I went outside and watched the dawn. It was a bit cold, but comfortable. The sounds of the morning seemed timid: birds, dogs, the footsteps of a person or two walking to the bus stop. It had all the makings of a good day, but I couldn’t fool myself for long.

Although the morning could have promised a magical day if my mind had been in a different place, the truth was that I had a group seminar to present that day—and not just any presentation. Every three months, we had to hold a workshop involving the French language for all teaching degree students, from every semester. It was held in a large auditorium at the university, and I knew I hadn’t prepared enough. Life had distracted me that week.

I’m usually very committed when I have this kind of work to do, but I had just gone through a breakup. All my group members knew about it, so they didn’t expect much from me. Still, I did my best to contribute with information for the slides and video editing. But presenting was impossible for me because, in my mind, I was locked inside a room, just listening to the noises outside. They were already aware—I wouldn’t go up front, and that was fine.

However, about an hour before the presentation, just as I was about to leave the house, I saw on my phone that a group member who hadn’t contributed at all had changed the entire slideshow. She removed some of the information I had added, as well as content from other members, altered the design, and did all of this without consulting anyone. The next few minutes were chaotic.

People questioned her in the WhatsApp group, asking why she had done that, and all she said was that it was her part. She had 15 days to add her part, and she decided to change everything one hour before the seminar? I couldn’t stay quiet. I flung open the door of the room in my mind, let anger take over me, but I took three deep breaths before speaking to filter my irritation.

"How do you change everything, remove what others contributed, without asking anyone?" I asked.

"I did what I thought looked better and more organized," she replied.

"But you can’t ruin weeks of work from other people just to do what you want!" I said firmly.

Then, I announced that I was leaving the WhatsApp group, which seemed like the best decision. I ordered an Uber, realizing I was already late, and headed to the university. I arrived anxious and irritated. Knowing I would be in this state, I asked the Uber driver to stop a little earlier, in front of a market, to buy cigarettes. Because although I’m not a smoker, in situations like that—when I’m a bundle of nerves—I have the habit of smoking. After leaving the market, I went straight there the auditorium and entered 20 minutes before my group was set to present. Everyone was visibly nervous and just as frustrated with Flávia as I was.

When the time finally came, we all walked to the front like penguins, one behind the other. Even though I wasn’t presenting, I figured I could at least handle the slides. Then the presentation started, and with it, my embarrassment. The group consisted of ten people, and out of those ten, less than half presented well. I could only endure listening until the fifth person. When I looked at the audience and saw one of my favorite professors watching that confused presentation, I wanted to disappear. That, for me, was the last straw. I asked someone else to take over the slides, grabbed my bag from one of the chairs in the auditorium, and went outside to smoke a cigarette as if that would save my life.

I spent another 15 minutes outside trying to relax, but when I returned to the auditorium, the presentation still wasn’t over. When it finally ended, I found out that Flávia had made everyone feel even more embarrassed, joking around in front of the professors and course coordinators as if she were a circus clown. The entire group was mad at her. The only truly positive thing was that we were the first to present. Hopefully, people would forget about it after watching other presentations. "I hope so," I thought.

At the end of the event, Flávia came to apologize. She said she hadn’t realized her actions had harmed the project. I just listened. I didn’t react at all because I was too upset.

It took me a few days to forget that episode. Then, one morning, as I was getting ready for university, I noticed the day was truly beautiful, and I felt in a good mood. When I arrived, the tree leaves were covered in droplets that looked like a painting. Seeing that made me feel at peace.

When I entered the classroom, Flávia was the only one there.

"Hey Aiuna, how are you?" she asked.

"Hey Flávia, I’m good. And you?"

And then I realized—she didn’t annoy me. And maybe we could start over.

Image: leonard AI

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Portuguese

Lembro que naquele dia acordei mais cedo do que o normal, então aproveitei para ir lá fora e ver o dia amanhecendo. Estava um pouco frio, mas confortável. Os sons da manhã pareciam tímidos: pássaros, cachorros, som de passadas de uma pessoa ou outra que caminhava para ir para o ponto de ônibus. Tinha tudo pra ser um dia bom, mas eu não consegui me enganar por muito tempo.

Embora a manhã pudesse prometer um dia mágico se eu tivesse com outro tipo de coisa na minha cabeça, a verdade é que naquele dia eu tinha um seminário em grupo para apresentar, e não era qualquer apresentação. A cada 3 meses, tínhamos que fazer uma oficina envolvendo a língua francesa para todas as turmas de licenciatura, de todos os períodos. Isso era feito num auditório grande que tem na faculdade, e eu sabia que não tinha me preparado o suficiente. A vida tinha me distraído durante aquela semana.

Costumo ser bastante comprometida quando tenho um trabalho desse tipo para fazer, mas eu tinha acabado de me separar. Todos os meus colegas do grupo sabiam disso, por isso não exigiam tanto de mim, ainda assim tentei ao máximo contribuir com informações no slide de apresentação e edição dos vídeos. Mas, seria impossível para mim apresentar, porque na minha mente eu estava trancada dentro de um quarto, apenas ouvindo os barulhos de fora. Eles já estavam avisados, eu não iria para frente e estava tudo bem.

Porém, cerca de uma hora antes da apresentação, quando eu já estava prestes a sair de casa, vejo em meu celular que uma integrante do grupo que não tinha colaborado com nada, mudou todo o slide, tirou algumas das informações que coloquei, também tirou informações de outros integrantes do grupo, mudou a estética, e enfim, fez tudo isso sem falar com ninguém. Os minutos seguintes foram caóticos.

As pessoas questionaram no grupo do whatsapp porque ela tinha feito isso, e ela só disse que aquela era a parte dela. Ela teve 15 dias para acrescentar a parte dela, e decidiu mudar tudo faltando uma hora pra apresentar o seminário? Não tive como ficar quieta. Escancarei a porta do quarto da minha mente, deixei a ira tomar conta de mim, mas fiz três respirações profundas antes de falar para filtrar a minha irritação.

‘’Como você muda tudo, retira o que os outros integrantes do grupo colocou, sem perguntar nada a ninguém?’’ Perguntei.

‘’Eu fiz o que achei que ficaria mais bonito e organizado.’’ Ela respondeu.

‘’Mas, você não pode estragar o trabalho que outras pessoas vem fazendo há semanas, pra fazer o que você quer!’’ afirmei.

Depois, anunciei que ia sair do grupo do Whatsapp que era melhor, pedi um uber, que já estava atrasada, e fui para a faculdade. Cheguei lá ansiosa e irritada. Eu sabia que chegaria nesse estado, então pedi pro uber parar um pouco antes, em frente a um mercado para comprar cigarros. Porque embora eu não seja fumante, em situações como aquela, em que me deixam uma pilha de nervos, tenho o hábito de fumar. Quando saí do mercado fui direto pra lá e entrei no auditório 20 minutos antes do meu grupo se apresentar. Todos estavam visivelmente nervosos e tão estressados com Flávia quanto eu.

Quando finalmente a hora da apresentação chegou, fomos todos lá para frente, pareciamos pinguis andando um atrás do outro. Mesmo que eu não apresentasse, achei que deveria ficar lá passando os slides. Até que a apresentação começou, e junto com ela minha vergonha. O grupo era composto por 10 pessoas, das 10, menos da metade se apresentou bem, e eu só aguentei ouvir até 5ª, porque quando olhei pra plateia, um dos meus professores favoritos estava lá, assistindo aquela apresentação confusa, e naquele momento eu tive vontade de morrer. Aquilo pra mim foi a gota d’água. Pedi pra alguém assumir os slides, peguei minha bolsa que tinha ficado numa das cadeiras do auditório, e fui lá fora fumar um cigarro como se aquilo fosse salvar a minha vida.

Ainda passei 15 minutos lá fora, tentando relaxar, mas quando retornei ao auditório, a apresentação ainda não tinha terminado. Quando finalmente chegou ao fim, soube que Flávia fez todos sentirem vergonha lá na frente, fazendo brincadeiras na frente dos professores e coordenadores do curso, como se ela fosse uma palhaça de circo. Todo o meu grupo estava irritado com ele. E a única coisa verdadeiramente positiva, é que nós fomos os primeiros a apresentar, com sorte, as pessoas que viram aquilo esqueceriam, por ver outras apresentações. ‘’Tomara’’ eu pensei.

No fim do evento, Flávia veio me pedir desculpas. Disse que não tinha percebido que a atitude dela prejudicou o trabalho. Eu só ouvi, não reagi de maneira nenhuma pois estava muito chateada.

Levou uns dias até que eu esquecesse daquele episódio, até que numa manhã, ao me arrumar pra ir pra faculdade, percebi que o dia estava verdadeiramente bonito e que me sentia bem humorada. Ao chegar na faculdade, as folhas das árvores estavam com gotas que pareciam uma pintura. Ver aquilo me fez me sentir bem.

Quando cheguei na sala, Flávia era a única que tinha chegado.

‘’Oi Aiuna, como está?’’ Ela perguntou.

‘’Oi Flávia, tudo bem? É com você?’’

Então eu percebi que ela não me irritou. E que poderíamos recomeçar.