The latest Brazilian dichotomy.

Over the centuries, Brazil has been the scene of different periods where completely opposite situations occurred in different regions of the country, but now as I write this text, I have no memory that can be compared to what is happening now in Brazilian territory. While the southern region of the country (RS) suffers from one of its worst floods in years, the southeast region (RJ) celebrates 40 years of singer Madonna's career.

This dichotomy is somewhat surreal. I understand that the country is not going to stop because something very bad is happening in a certain region, but on the other hand, I also don't understand how the end of a tour can gain so much space in the media to the point of "overshadowing" what really matters in the world. history of a country and its citizens. Yes, I know that Madonna's show will bring a lot of money to the country (around R$ 300 million), but that doesn't convince.

At least not to me, because this money is not as urgent an issue as the situation of people who are still in need of all kinds of help while facing many other problems from the floods. The scenario is quite chaotic, and seeing that a musical concert gained more space in the television media than a major natural tragedy only proves that my point of view about what really matters here are other types of “values”.

At certain moments, I had a distinct impression of living in a kind of parallel reality. Yesterday, the television newspaper with the largest national reach in the country (Jornal Nacional) ended its most recent edition talking about the expectation of the Madonna show, when a few minutes ago it spoke briefly about the floods. Two completely opposite realities, but which reinforce the Brazilian dichotomy, creating a functional example of this.

It's not about “ignoring” the value of a concert of this magnitude for Brazil (because I know the cultural and financial values for the country are extremely important), it's about being more empathetic with the other reality, which is frightening on levels devastating. It seems very wrong for one part of the country to celebrate with the support of the media, while the other part of the country cries, and does not receive the same type of support. Anyway, Brazil being Brazil once again.

A lo largo de los siglos, Brasil ha sido escenario de diferentes períodos donde ocurrieron situaciones completamente opuestas en diferentes regiones del país, pero ahora, mientras escribo este texto, no tengo ningún recuerdo que pueda compararse con lo que está sucediendo ahora en territorio brasileño. Mientras la región sur del país (RS) sufre una de las peores inundaciones en años, la región sureste (RJ) celebra los 40 años de carrera de la cantante Madonna.

Esta dicotomía es algo surrealista. Entiendo que el país no va a parar porque en cierta región esté pasando algo muy malo, pero por otro lado, tampoco entiendo cómo el final de una gira puede ganar tanto espacio en los medios hasta el punto de "eclipsar" lo que realmente importa en la historia del mundo de un país y de sus ciudadanos. Sí, sé que el espectáculo de Madonna traerá mucho dinero al país (alrededor de R$ 300 millones), pero eso no convence.

Al menos no para mí, porque este dinero no es una cuestión tan urgente como la situación de las personas que todavía necesitan todo tipo de ayuda mientras se enfrentan a muchos otros problemas derivados de las inundaciones. El escenario es bastante caótico, y ver que un concierto musical ganó más espacio en los medios televisivos que una gran tragedia natural sólo demuestra que mi punto de vista sobre lo que realmente importa aquí son otro tipo de “valores”.

En ciertos momentos tuve la clara impresión de vivir en una especie de realidad paralela. Ayer, el diario televisivo de mayor alcance nacional del país (Jornal Nacional) finalizó su más reciente edición hablando de la expectación por el show de Madonna, cuando hace unos minutos hablaba brevemente de las inundaciones. Dos realidades completamente opuestas, pero que refuerzan la dicotomía brasileña, creando un ejemplo funcional de ello.

No se trata de “ignorar” el valor de un concierto de esta magnitud para Brasil (porque sé que los valores culturales y financieros para el país son sumamente importantes), se trata de ser más empáticos con la otra realidad, que asusta a niveles devastador. Me parece muy mal que una parte del país celebre con el apoyo de los medios de comunicación, mientras la otra parte del país llora y no recibe el mismo tipo de apoyo. En fin, Brasil vuelve a ser Brasil.

Ao longo de séculos, o Brasil já foi palco de diferentes períodos onde situações completamente opostas aconteceram em diferentes regiões do país, mas agora enquanto eu escrevo esse texto, eu não tenho nenhuma lembrança que possa ser comparada ao que que está acontecendo agora em território brasileiro. Enquanto à região sul do país (RS) sofre com uma das suas piores enchentes em anos, a região sudeste (RJ) celebra os 40 anos de carreira da cantora Madonna.

Essa dicotomia é algo surreal. Eu entendo que o país não vai parar porque algo muito ruim está acontecendo em uma certa região, mas em contrapartida, eu também não entendo como um encerramento de uma turnê pode ganhar tanto espaço na mídia a ponto de “ofuscar” o que realmente importa na história de um país e de seus cidadãos. Sim, eu sei que o show da Madonna vai trazer muito dinheiro para o país (algo em torno de R$ 300 milhões), mas isso não convence.

Ao menos não a mim, porque esse dinheiro não é uma questão tão urgente quanto à situação das pessoas que ainda estão precisando de todo tipo de ajuda enquanto enfrentam muitos outros problemas das enchentes. O cenário é bem caótico, e ver que um concerto musical ganhou mais espaço na mídia televisiva do que uma tragédia natural de altas proporções, só prova que o meu ponto de vista sobre o que realmente importa por aqui são outros tipos de “valores”.

Em certos momentos, eu tive uma nítida impressão de estar vivendo em uma espécie de realidade paralela. Ontem, o jornal de televisão de maior alcance em território nacional no país (Jornal Nacional) terminou à sua mais recente edição falando sobre a expectativa do show da Madonna, quando há poucos minutos falava brevemente sobre as enchentes. Duas realidades completamente opostas, mas que reforçam a dicotomia brasileira criando um exemplo funcional disso.

Não se trata sobre “ignorar” o valor de um concerto dessa magnitude para o Brasil (porque eu sei os valores culturais e financeiros para o país são extremamente importantes), se trata sobre ser mais empático com a outra realidade, que é assustadora em níveis devastadores. Me parece muito errado uma parte do país comemorar com o apoio da mídia, enquanto a outra parte do país chora, e não recebe o mesmo tipo de apoio. Enfim, o Brasil sendo Brasil mais uma vez.