Laughter (not always) is the best medicine.

This publication was also writen in SPANISH and PORTUGUESE.

laughter01.jpg

Florida Weekly

Here in Brazil, there is a popular saying that embraces the idea that everything bad that happens should be faced with a smile on your face. In part, I disagree with the idea that “laughter is always the best medicine” because there are situations where smiling is simply not appropriate. A classic example of what I mean is the most recent debate between candidates for mayor of the state of São Paulo, where one candidate threw a chair at his opponent during the debate that was taking place live, and with that, surpassing all and any limits on what is acceptable.

I could mention countless other examples that reinforce my disagreement with the popular saying mentioned above. Whether in education, health, transport, security, access to culture and many other examples, there are moments where laughter will never be the best medicine. Unfortunately, I believe (and I clearly see this happening) that the Brazilian people are already so “anesthetized” with the certainty of impunity for bad things happening that a large part of the population prefers to abstain from feelings of anger or frustration to give way to an easy laughter.

laughter03.jpg

Gazeta do Povo

If, on the one hand, we can’t live bitterly about everything bad that happens out there, on the other, we should not “normalize” the consequences of these acts. One way or another, they will end up affecting us and perhaps only then will we be able to understand that sometimes we need to stop laughing and start really being indignant to try to create new scenarios in order to solve the problems that end up emerging (some of these problems, in fact, are chronic... such as, for example, the unacceptable Brazilian political history, which has always been a good game of marked cards).

The Brazilian people are considered one of the happiest people in the world. I personally have a lot of doubts about this. The only thing I can see in this illusory scenario is the fact that many people use comedy (memes, funny videos, random images and so many other examples) as a way to stay above a stormy surface of water, keeping their heads with the water above their necks to avoid drowning, and this has already become an “addiction”. I believe that living requires a certain lightness of spirit, but it also requires courage.


La risa (no siempre) es la mejor medicina.

Aquí en Brasil hay un dicho popular que abraza la idea de que todo lo malo que sucede debe afrontarse con una sonrisa en el rostro. En parte, no estoy de acuerdo con la idea de que “la risa es siempre la mejor medicina” porque hay situaciones en las que sonreír simplemente no es apropiado. Un ejemplo clásico de lo que quiero decir es el más reciente debate entre candidatos a alcalde del estado de São Paulo, donde un candidato le arrojó una silla a su oponente durante el debate que se estaba desarrollando en vivo, y con eso superó todos los límites. sobre lo que es aceptable.

Podría mencionar otros innumerables ejemplos que refuerzan mi desacuerdo con el dicho popular mencionado anteriormente. Ya sea en educación, salud, transporte, seguridad, acceso a la cultura y muchos otros ejemplos, hay momentos donde la risa nunca será la mejor medicina. Lamentablemente, creo (y veo claramente que esto sucede) que el pueblo brasileño ya está tan “anestesiado” por la certeza de la impunidad ante las cosas malas que suceden, que gran parte de la población prefiere abstenerse de sentimientos de ira o frustración para dar paso a la risa abierta.

Si, por un lado, no podemos vivir con amargura todo lo malo que sucede ahí fuera, por otro, no deberíamos “normalizar” las consecuencias de estos actos. De una forma u otra acabarán afectándonos y quizás sólo así seamos capaces de entender que a veces necesitamos dejar de reírnos y empezar a indignarnos de verdad para intentar crear nuevos escenarios para solucionar los problemas que acaban surgiendo. algunos de estos problemas, de hecho, son crónicos... como, por ejemplo, la inaceptable historia política brasileña, que siempre ha sido un buen juego de cartas marcadas).

El pueblo brasileño es considerado uno de los más felices del mundo. Personalmente tengo muchas dudas al respecto. Lo único que puedo ver en este escenario ilusorio es el hecho de que muchas personas usan la comedia (memes, videos divertidos, imágenes aleatorias y tantos otros ejemplos) como una forma de mantenerse sobre una superficie de agua tormentosa, mantener la cabeza con el agua por encima del cuello para evitar ahogarse, y esto ya se ha convertido en una “adicción”. Creo que vivir requiere cierta ligereza de espíritu, pero también requiere valentía.


Rir (nem sempre) é o melhor remédio.

Aqui no Brasil, há um ditado popular que abraça a ideia de que tudo de ruim que acontece deve ser encarado com um sorriso no rosto. Em partes, eu discordo com a ideia de que “rir é sempre o melhor remédio” porque há situações onde sorrir simplesmente não é algo cabível. Um exemplo clássico do que eu estou querendo dizer é o debate mais recente entre os candidatos à prefeitura do estado de São Paulo, onde um candidato jogou uma cadeira contra o seu oponente durante o debate que estava acontecendo ao vivo, e com isso, ultrapassando todo e qualquer limite do que é aceitável.

Eu poderia mencionar inúmeros outros exemplos que reforçam toda à minha discordância sobre o ditado popular que foi mencionado acima. Seja na educação, na saúde, nos transportes, na segurança, no acesso à cultura e tantos outros exemplos, há momentos onde rir nunca será o melhor dos remédios. Infelizmente, eu acredito (e vejo isso claramente acontecer) que o povo brasileiro já está tão “anestesiado” com a certeza das impunidades das coisas ruins acontecendo que uma grande parte da população prefere se abster do sentimento de raiva ou frustração para dar lugar ao riso solto.

Se por um lado não podemos viver amargurados sobre tudo o que acontece de ruim por aí, por outro, não deveríamos “normalizar” as consequências desses atos. De uma maneira ou de outra, eles irão acabar nos afetando e talvez apenas assim nós consigamos entender que às vezes é preciso parar de rir e começar a realmente se indignar para tentar criar novos cenários afim de resolver os problemas que acabam emergindo (alguns desses problemas, aliás, são crônicos... como por exemplo, o inadmissível histórico político brasileiro, que desde sempre foi um bom jogo de cartas marcadas).

O povo brasileiro é considerado como um dos povos mais felizes do mundo. Eu particularmente tenho muitas dúvidas sobre isso. A única coisa que eu consigo enxergar nesse cenário ilusório, é o fato de muitas pessoas usarem a comédia (memes, vídeos engraçados, imagens aleatórias e tantos outros exemplos) como uma maneira de continuarem acima de uma superfície aquática tempestuosa, mantendo suas cabeças com a água cima do pescoço para não se afogarem, e isso já se tornou um “vício”. Eu acredito que viver requer uma certa leveza de espírito, mas também, requer coragem.

Posted Using InLeo Alpha



0
0
0.000
2 comments