When we thought slavery ended.

  Slavery is a topic that we talk a lot in our schools in Brazil. Brazil is a country that went through slavery as an official for 300 years. The product of Brazilian slavery we still see nowadays, since many Brazilians are descendants of Africans who came to the country to be slaves. Despite of all the problems that slavery brought to the country, every Brazilian is surprised when they hear about slavery in other countries. It is a cruel way to keep human beings like everyone else as a second layer with different rights in some societies. How is that possible?

  One of the most well-known slavery systems that exists in the world nowadays is called the Kefalla system. Many of the oil-rich countries in the Arabic Gulf, such as Qatar, Saudi Arabia and the United Arab Emirates, have this system where they use foreigners, such as indians, Pakistanis and Filipinos, mostly as slaves living in poverty. It is said to hear about that. When you hear about these countries, people say a lot about being a new world of opportunities where you can get so much money. But in the end you see these nationalities living in poverty and with almost no rights. Interestingly, those countries are the ones with more economic agreements with Western countries, but these don't care about it.

  Girls and women as slaves, that is also a tradition that we will take a while to see disappear in countries. Sex trafficking is something that we still hear about in the first world, including in the USA. Recently, the current government decided to fight against illegal immigration, but it is sad that in his country they still use Latinos as sex slaves, especially women. Also, I learn recently about a system in some countries in Africa, such as Ghana, called Trokosi, where young virgin girls are sent to shrines to become slaves.

  In an Era of rising labour rights, we see countries preferring to buy cheaper products that come from countries with fewer labour rights. China has one of the cheapest labourers in the world, which happens because their workers are still working with a small salary and poor working hours, which include not much vacation time compared to Western countries. Many toys and utensils that we buy in here is stained with the blood and sweat of many Chinese who work like slaves building pyramids.

  Of course that I didn't mention all the existing forms of slavery that are still around. Probably I could do a whole thesis with hundreds of pages. I feel good, though, that at least where I live, I have access to labour rights and I am treated like everyone else. I just wish that many people suffering from poor labour conditions could also live in a situation like mine. I hope that my kids and their kids would never feel what some people are feeling right now, like a second-class human.

  A escravidão é um tema muito discutido em nossas escolas no Brasil. O Brasil é um país que viveu a escravidão como oficial por 300 anos. O produto da escravidão brasileira ainda vemos hoje em dia, já que muitos brasileiros são descendentes de africanos que vieram para o país para serem escravos. Apesar de todos os problemas que a escravidão trouxe ao país, todo brasileiro se surpreende ao ouvir falar de escravidão em outros países. É uma forma cruel de manter seres humanos como todos os outros como uma segunda camada com direitos diferentes em algumas sociedades. Como isso é possível?

  Um dos sistemas de escravidão mais conhecidos que existe no mundo hoje em dia é chamado de sistema Kefalla. Muitos dos países ricos em petróleo do Golfo Pérsico, como Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, têm esse sistema que usa estrangeiros, como indianos, paquistaneses e filipinos, principalmente como escravos, vivendo na pobreza. Dizem que ouvir falar disso. Quando você ouve falar desses países, as pessoas falam muito sobre ser um novo mundo de oportunidades, onde você pode ganhar muito dinheiro. Mas, no final, você vê essas nacionalidades vivendo na pobreza e com quase nenhum direito. Curiosamente, esses países são os que têm mais acordos econômicos com os países ocidentais, mas estes não se importam com isso.

  Meninas e mulheres como escravas também são uma tradição que levará um tempo para desaparecer nos países. Tráfico sexual é algo de que ainda ouvimos falar no primeiro mundo, inclusive nos EUA. Recentemente, o atual governo decidiu lutar contra a imigração ilegal, mas é triste que em seu país ainda usem latinos como escravos sexuais, especialmente mulheres. Além disso, soube recentemente de um sistema em alguns países da África, como Gana, chamado Trokosi, onde jovens virgens são enviadas a santuários para se tornarem escravas.

  Em uma era de direitos trabalhistas em ascensão, vemos países preferindo comprar produtos mais baratos, vindos de países com menos direitos trabalhistas. A China tem uma das mão de obra mais barata do mundo, o que acontece porque seus trabalhadores ainda recebem salários baixos e jornadas de trabalho precárias, que incluem poucas férias em comparação com os países ocidentais. Muitos brinquedos e utensílios que compramos aqui estão manchados com o sangue e o suor de muitos chineses que trabalham como escravos construindo pirâmides.

  É claro que não mencionei todas as formas de escravidão que ainda existem. Provavelmente eu poderia escrever uma tese inteira com centenas de páginas. Mas me sinto bem, pois pelo menos onde moro, tenho acesso aos direitos trabalhistas e sou tratado como qualquer outra pessoa. Só queria que muitas pessoas que sofrem com más condições de trabalho também pudessem viver em uma situação como a minha. Espero que meus filhos e os netos deles nunca sintam o que algumas pessoas estão sentindo agora: como um ser humano de segunda classe.