O caso Laysa Peixoto e o ilusionismo [EN/PT-BR]

English Version

In 2021, at just 18 years old, while studying the second semester of Physics at UFMG, Laysa Peixoto made headlines in several Brazilian newspapers for her successful participation in a NASA collaboration campaign to research new asteroids in partnership with the citizen science program The International Astronomical Search Collaboration.

The personal achievement became an obsession for the young woman who describes herself as curious, dreamy and who jokes that she lives with her head in the clouds. Since then, Laysa dropped out of her undergraduate studies in Brazil to participate in courses in the United States such as the Advanced Space Academy in Huntsville, Alabama.

Since then, Laysa says she took a NASA astronaut course, and the course she participated in is a training course for students from 13 years of age, available to anyone from two thousand dollars, lasting only one week.

Despite the absurd statement made by the young woman, who was just over twenty years old, her press office told the main newspapers in Brazil that Laysa would become the first Brazilian astronaut in one of the most unusual pieces of news in journalism, since she is not yet an astronaut, much less has any guarantee of her space trip.

Anyone who is even remotely familiar with the subject knows that to become an astronaut, one must complete a science degree, have a master's degree, become a pilot and have at least a thousand hours of flight time, something impossible for someone so young and without the necessary training.

From the beginning, Laysa's promotion is absurd for any scientist who is actually studying in the area. There is nothing special about discovering an asteroid, a feat that is shared by dozens and perhaps even hundreds of people like the other Brazilians Lorrane Olivlet, Luisa Santos and Juliana Leonet, aspiring astronauts, but with a long way to go before making their dreams come true.

Time and dedication that seem not to be part of Laysa Peixoto's resume, the student who decided to cut the process short and become a speaker telling how she became an astronaut and project leader at NASA, even though the American agency has already taken a position denying any connection between the Brazilian and alleged work and research disclosed by her.

Regarding her trip to space, Laysa guarantees that she was selected by the private company Titans Space. However, not even this company has a single spacecraft, to date, nor a license to operate this type of aircraft. It all only happened in the dreams of the aspiring astronaut.


Português (Brasil)

Em 2021, com apenas 18 anos de idade, quando cursava o segundo semestre de Física na UFMG, Laysa Peixoto ganhou as manchetes de diversos jornais brasileiros pela participação bem sucedida em um campanha da NASA de colaboração para pesquisa de novos asteroides em parceria com o programa de ciência cidadã The International Astronomical Search Collaboration.

A conquista pessoal se tornou uma obsessão para a jovem que se descreve como curiosa, sonhadora e que brinca que vive com a cabeça no mundo da lua. Desde então, Laysa abandonou a graduação no Brasil para participar de cursos nos Estados Unidos como o Advanced Space Academy em Huntsville, Alabama.

Desde então, Laysa afirma que fez curso para astronauta da NASA, sendo que o curso em que ela participou é um treinamento para estudantes a partir de 13 anos de idade, disponível para qualquer pessoa a partir de dois mil dólares, com duração de apenas uma semana.

Apesar da declaração absurda da jovem de pouco mais de vinte anos de idade, sua assessoria de imprensa divulgou aos principais jornais do Brasil que Laysa se tornaria a primeira brasileira astronauta em uma das notícias mais inusitadas do jornalismo, já que a mesma ainda não é astronauta, muito menos tem garantia alguma de sua viagem espacial.

Qualquer pessoa minimamente familiarizada com o assunto sabe que para se tornar astronauta é preciso concluir uma graduação científica, ter mestrado, se tornar piloto e ter, pelo menos, mil horas de voo, algo impossível para alguém tão jovem e sem a formação necessária.

Desde o início, a promoção de Laysa é absurda para qualquer cientista que realmente está cursando uma formação na área. Não há nada de especial em descobrir um asteroide, feito que é compartilhado por dezenas e talvez até mesmo centenas de pessoas como as também brasileiras Lorrane Olivlet, Luisa Santos e Juliana Leonet, aspirantes a astronauta, mas com um longo caminho pela frente até tornarem seus sonhos em realidade.

Tempo e dedicação que parecem não fazer parte do currículo de Laysa Peixoto, a estudante que resolveu atalhar o processo e se tornar palestrante contando como se tornou astronauta e líder de projetos na NASA, sendo que a agência americana já se posicionou negando qualquer ligação da brasileira com supostos trabalhos e pesquisas divulgados por ela.

Com relação a sua ida ao espaço, Laysa garante que foi selecionada pela empresa privada Titans Space. No entanto, nem mesmo esta empresa possui uma única nave espacial, até o momento, nem licença para operar este tipo de aeronave. Tudo só aconteceu nos sonhos da aspirante a astronauta.



0
0
0.000
8 comments
avatar

Kkk incrivel ne? A midia faz umas coisas, e o povo que ignorante acredita em tudo. Excelente explanação do assunto

0
0
0.000
avatar

Sim 😄 A moça participa de uma campanha e de um curso e sai dizendo por aí que lidera equipe na NASA, é muita cara de pau 🤪 Pior que a mídia largou de mão o mínimo de verificação e só se importa com a audiência que o assunto pode gerar 🫣 Obrigado pela leitura e pelo comentário 🤗

0
0
0.000
avatar

Pensa o nível do jornalismo do nosso país... é patético, tenho vergonha alheia!
!PIMP

0
0
0.000
avatar

Bah, pior que está feia a coisa mesmo. Volta e meia, fazem campanha alertando sobre fake news, mas divulgam qualquer papagaiada que chega por release. Obrigado pela leitura e pela curadoria 🤗

0
0
0.000