Conversations that Teach

When I found out I was pregnant, eight years ago, one of the few things I was certain about was that I didn’t want to make the same mistakes I had identified in the way my parents raised me. The reason for this certainty was simple: I knew that the way they disciplined me wasn’t the best, so I obviously didn’t want to repeat that.

I’ve talked about breaking cycles in a few other posts, and about how important it is not to repeat our parents’ mistakes if we truly love our children. But beyond that, there’s another very important aspect of raising a child that I hadn’t talked about before, and I’d like to share it here: in the beginning, we have no idea what we’re doing — and neither did our parents!

It’s important to face this truth: raising another human being is extremely hard. When a baby is born, at that same moment, a mother and father are also born, who need to learn this new role. In the past, learning happened mostly through the shared experience of others who advised new parents on what they should or shouldn’t do and how to do it. Nowadays, there are countless resources available to help parents learn how to care for a child. Although shared experience is still very valuable, many parents today prefer to do their own research, read books, watch various experiences, and even take courses on parenting. I see this as great progress and an effective way to make fewer mistakes in this process.

People of my generation usually have stories of how harshly they were disciplined as children, and I’m no different. I was spanked by my parents until I was around 15 years old, sometimes just for speaking too loudly or not doing something they wanted. I consider that kind of behavior insane. Unfortunately, it’s very common in Brazil. I have a friend who was once hit with a pressure cooker by her grandmother, another who was beaten with a tree branch, and another who was hit with a broomstick, among other things. To me, these actions are proof that those parents had no idea what they were doing — and they hadn’t taken a moment to reflect on what a child or teenager is capable of understanding.

The way I discipline my daughter is through a lot of conversation, and I rarely punish her. When I do, it usually means taking away her cartoons for a while or skipping something she really wanted to do. She, like every child, needs to understand that there are consequences for mistakes — and I believe that good communication is the best way for them to grasp that. I’ve rarely had to punish my daughter because our communication is clear, and she understands right away. My approach to raising and disciplining her is based on the understanding that children make mistakes, and that’s okay! They are in a learning process, and it’s our job to guide them toward what we believe is right. But if the same mistake keeps happening, then it’s time to talk, explain, and make sure they truly understand. I believe this is the most sensible way to discipline, because violence, shouting, and threats only cause fear — and that can lead to terrible traumas that can take a long time to heal. Honestly, I believe that sometimes they never do… There are people who carry those wounds for life.

A child deserves to be heard and treated as a child — not as a miniature adult. We shouldn’t expect them to know things they haven’t learned yet, but it’s our responsibility to guide them down a good path, teaching them to develop discernment so they understand that there are consequences, but also that making mistakes is part of learning and living.

Image: Leonard AI

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Portuguese

Quando eu descobri que estava grávida, há 8 anos atrás, uma das poucas certezas que eu tinha é que não gostaria de cometer os mesmos erros que eu identificava que meus pais tinham cometido no processo da minha educação. O motivo dessa certeza, é que eu sabia que a forma como eles me disciplinaram não era a melhor, então obviamente não gostaria de repetir isso.

Já falei sobre quebra de ciclos em alguns outros posts e sobre o quanto é importante não repetir os mesmos erros dos nossos pais se amamos nossos filhos. Mas, além disso, existe uma outra característica muito importante no processo de criar um filho, que eu não abordei antes e gostaria de compartilhar: no início, não fazemos ideia do que estamos fazendo, e nossos pais também não sabiam!

É importante lidar com essa verdade: educar outro ser é extremamente difícil. E quando nasce um bebê, naquele momento também nasce uma mãe e um pai, que também precisam aprender esse novo ofício. O aprendizado antigamente vinha principalmente com a experiência compartilhada de outras pessoas, que aconselhavam os novos pais sobre o que deveriam ou não fazer e como fazer. Já no momento atual, o que não falta são meios de aprender a cuidar de uma criança. Mesmo a experiência compartilhada ainda sendo um fator muito importante de aprendizado, muitos pais da atualidade preferem pesquisar na internet,ler livros, ver experiências variadas e até fazer cursos sobre como cuidar de uma criança. Considero isso um grande avanço, e uma forma de não errar tanto nesse processo.

As pessoas da minha geração, normalmente têm histórias de como foram disciplinadas duramente na infância e comigo não é diferente. Eu apanhei dos meus pais até uns 15 anos, só por ás vezes falar um pouco mais alto ou não fazer algo que eles queriam. Considero esse tipo de atitude insana. Mas, infelizmente, é algo muito comum no Brasil. Tenho uma amiga que já apanhou com uma panela de pressão da avó dela, outro amigo que apanhou dos pais com um galho de árvore, outro que apanhou com cabo de vassoura e etc. Para mim, esse tipo de atitude é uma prova que esse pais não faziam ideia do que estavam fazendo, e que não havia a mínima reflexão sobre o que uma criança ou adolescente já consegue entender.

A forma que eu disciplino minha filha é através de muita conversa e raramente a castigo. Quando a castigo, deixo ela um tempo sem assistir os desenhos que ela gosta, ou deixamos de fazer alguma coisa que ela queria muito. Ela e toda criança precisam entender que há consequências para os erros, e acredito que nada melhor do que uma boa comunicação para fazer com que entendam. Raramente coloquei minha filha de castigo porque minha comunicação com ela é clara, e ela entende de primeira. A minha forma de educar e disciplinar é baseada no fato de que que as crianças erram, e tudo bem! Elas estão em processo de aprendizado, e cabe a nós direcioná-los para o que julgamos ser certo. Mas se há uma reincidência no erro, é que devemos conversar, explicar e nos certificarmos se ela entendeu ou não. Penso que essa é a forma mais sensata de disciplinar, porque a violência, o grito e ameaça só assusta, e isso pode causar traumas terríveis que demoraram muito tempo para serem curados, e sinceramente, acredito que muitas vezes nem são… Há pessoas que morrem com isso.

Uma criança merece ser escutada e tratada como criança, e não como um mini adulto. Não cabe nós cobrarmos deles coisas que ainda não sabem, mas nos cabe direciona-los para um caminho bom e de discernimento pra que eles entendam que existem consequências, mas que errar faz parte do processo de aprender e viver.